Pela sua importância na criação de emprego vamos apreciar a dinâmica empresarial nacional e distrital com base nos dados da Informa D&B de dezembro 2024. Desses quadros se conclui que foram criadas quase 51 mil empresas em 2024 em Portugal, que fecharam portas 13138, que 2082 estão em processo de insolvência e que 27435 têm processos judiciais. Durante o ano de 2024 os nascimentos e fechos reduziram-se face a 2023, enquanto as insolvências e as que têm ações judiciais cresceram. Lisboa, Porto, Setúbal Braga acumulam grande parte destes movimentos cabendo ao interior profundo o restante, uma pequeníssima parcela com a particularidade de as empresas serem ainda menores.
Durante o ano de 2024 foram criadas 50705 novas empresas em Portugal. Este registo confirma o elevado empreendedorismo no período a seguir à pandemia pois é o segundo mais alto de sempre, ficando apenas 2,6% atrás (-1 367 constituições de empresas, -1.7%) do verificado no ano de 2023. De referir ainda que no mesmo período, e comparando com o ano anterior de 2023, encerraram 13138, uma redução de 14.5% do que no ano anterior, entraram em processo de insolvência 2082, +8.3% e viram-se envolvidas em processos judiciais 27435, ou seja, +5.5%, sempre face ao ano de 2023.
Em termos sectoriais, as empresas que nasceram ou foram criadas distribuíram-se em serviços empresariais 659, depois nos serviços gerais 449, nas atividades imobiliárias 383, na construção 368 e no retalho 326. Os sectores económicos cujas empresas mais fecharam foram os serviços empresariais (162), o retalho (160), os serviços gerais (131), o alojamento e restauração (123) e a construção (111). Contudo, houve uma grande redução desse número em 2024 (entre 50.6% e 87.5%). Nas insolvências os maiores valores ocorreram na indústria, nos serviços empresariais, no retalho e na construção, no geral com variações positivas.
No que diz respeito à repartição do total de empresas do país pelos respetivos distritos temos, sem surpresa, Lisboa, Porto, Braga, Setúbal, Aveiro e Faro, nos primeiros 6 lugares, embora no último caso a pouca distância de Leiria, Santarém e Coimbra. Como é também habitual o tecido empresarial nos distritos do interior – Norte, Centro, Alentejo, Madeira e Açores – é muito fraco, além de, geralmente, nestes distritos as empresas serem também menores.
Este gráfico reproduz a mesma realidade:
Também a ilustração seguinte nos mostra que o tecido empresarial é diminuto em todos os distritos com exceção dos distritos de Lisboa e do Porto, sobretudo. Veja-se como os pontos identificativos das cidades menores e da província se concentram no fundo da linha reta que interliga os pontos:
Obs: em abcissas temos o nº de empresas e em ordenadas o seu peso percentual.
Por nascimentos neste ano de 2024 temos praticamente a mesma situação: em primeiro lugar também o distrito de Lisboa (1020), em segundo o Porto (585), em seguida Setúbal (306), depois Braga (258), Faro (190), Aveiro (178) e ainda Leiria (131). O ritmo de criação de empresas nos restantes distritos é diminuto e pouco significativo.
Em síntese, o grosso dos nascimentos de empresas em 2024 ocorrem nos distritos do litoral Norte e Centro, mais nas duas principais zonas de influência ou distritos de Lisboa e Porto, a que se juntam outros também mais populosos, mas igualmente próximos do litoral como Braga, Aveiro, Setúbal e Faro. As restantes zonas do interior profundo pouco beneficiam com esta dinâmica empresarial nacional e com a criação de postos de trabalho que logicamente está associada à criação de empresas. Aliás, estes distritos são duplamente penalizados, pelo reduzido número de empresas que aí se localizam e que aí se criam e pela sua mais reduzida dimensão. Guarda, Castelo Branco, Bragança, V. Real, Portalegre, Viseu, Évora e Beja, para além de todos os distritos dos Açores e Madeira, estão neste segundo grupo de distritos com menores dinâmicas empresariais, logo com menores índices de desenvolvimento.