Associação Ibérica de Turismo Interior critica recusa espanhola à ligação circular entre Portugal e Extremadura
Por Jornal Fórum
Publicado em 10/11/2025 09:58
Sociedade

A Associação Ibérica de Turismo Interior manifestou profundo desagrado face à decisão do Ministério de Transportes e Mobilidade Sustentável de Espanha de negar autorização à criação de uma ligação circular internacional proposta pela empresa FlixBus, que uniria a Extremadura a Portugal.

A associação classifica a decisão como “profundamente lamentável” e denuncia que o processo foi conduzido sem consulta prévia à Junta da Extremadura, reforçando “um padrão conhecido: o Interior permanece sistematicamente ausente das decisões que afetam quem aqui estuda, trabalha e investe”.

A proposta rejeitada previa um traçado circular que ligaria Castelo Branco → Termas de Monfortinho → Moraleja → Cáceres → Mérida → Badajoz (Aeroporto) → Elvas → Portalegre → Castelo Branco, criando um corredor transfronteiriço com benefícios diretos para as populações, empresas e instituições de ensino.

Segundo a associação, o projeto foi concebido sem encargos para o erário público e tinha como objetivo melhorar a conetividade diária, o acesso a serviços essenciais e a atração de investimento e turismo para as regiões de fronteira.

A entidade alerta também para o impacto no ensino superior, recordando que seis polos universitários ao longo da rota não dispõem de alternativas ao transporte individual, o que contraria os princípios da mobilidade sustentável e da redução da pegada carbónica.

“A coesão territorial não pode ser um princípio seletivo”, sublinha a Associação Ibérica de Turismo Interior, que defende ação concertada entre Portugal e Espanha para garantir mobilidade, competitividade e qualidade de vida nos territórios de interior.

A associação apela ainda a um maior envolvimento dos municípios portugueses abrangidos pela rota, criticando a ausência de posições públicas de apoio ou iniciativas junto do Governo espanhol e da União Europeia para reverter a decisão.

Por fim, reafirma a total disponibilidade para colaborar com as autoridades nacionais, regionais e locais, bem como com os operadores privados, para transformar esta proposta em serviço efetivo.

“Primeiro as pessoas e os territórios. Sem Interior conectado, não há verdadeira coesão”, conclui o comunicado.

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