O Município de Idanha-a-Nova tornou pública a sua posição relativamente à eventual instalação de centrais solares fotovoltaicas no concelho e nos territórios vizinhos, sublinhando a importância das energias renováveis, mas alertando para a necessidade de uma implementação equilibrada e sustentável.
A autarquia reconhece as vantagens da energia solar, mas rejeita a instalação de mega centrais que possam comprometer o ordenamento do território, a qualidade de vida das populações e o património natural e cultural. O Município destaca que estas infraestruturas afetariam centenas de hectares de áreas florestais e agrícolas, impedindo o uso dos solos e prejudicando ecossistemas sensíveis e espécies protegidas.
Entre as consequências apontadas estão o abate de árvores, a degradação da paisagem, o aumento da erosão e a redução da biodiversidade, com impacto também na atividade cinegética, no turismo de natureza e nos percursos pedestres homologados.
O Município recorda que Idanha-a-Nova é distinguida nacional e internacionalmente pelo Parque Natural do Tejo Internacional e pelas três classificações da UNESCO — o Geoparque Naturtejo, a Reserva da Biosfera Transfronteiriça Tejo-Tajo Internacional e a Cidade Criativa da Música. É ainda a primeira Bio-Região portuguesae integra as Redes das Aldeias Históricas e das Aldeias de Portugal.
A Câmara Municipal informa que ainda não recebeu qualquer pedido formal de licenciamento, embora acompanhe as intenções conhecidas publicamente. Sublinha que a decisão sobre estes projetos está limitada pela legislação em vigor, que impede o indeferimento quando as entidades competentes emitem parecer favorável.
O Município refere também que tem vindo a ouvir técnicos, presidentes de junta e representantes da comunidade, incluindo a Plataforma de Defesa do Parque Natural do Tejo Internacional e as empresas promotoras dos projetos Sophia e Beiras, promovendo um processo participativo e transparente.
Este tema será debatido na reunião do Conselho Intermunicipal da Beira Baixa, marcada para 11 de novembro, onde se prevê a tomada de uma posição conjunta entre os municípios.
Em comunicado, a autarquia afirma defender “uma transição energética responsável, que sirva o território e não a que o transforme à sua custa”, reforçando que não se pode substituir um problema ambiental por outro, nem comprometer o futuro das próximas gerações.