CIM Beira Baixa emite parecer desfavorável ao projeto da Central Solar Fotovoltaica Sophia
Por Jornal Fórum
Publicado em 21/11/2025 11:38
Sociedade

O Conselho Intermunicipal da Beira Baixa, reunido a 11 de novembro, decidiu assumir uma posição pública sobre a intenção de instalação da Central Solar Fotovoltaica (CSF) Sophia e das respetivas linhas de muito alta tensão, previstas para os concelhos de Idanha-a-Nova e Penamacor, no território da NUT III Beira Baixa.

Segundo a CIM Beira Baixa, o projeto prevê a ocupação de mais de 13,4 km², dos quais 309 hectares seriam cobertos por módulos fotovoltaicos, além de 3 a 5 km de linhas de transporte de eletricidade, com as respetivas faixas de servidão. A entidade considera tratar-se de um projeto “com enormes impactes na comunidade e no território da Beira Baixa”.

A Comunidade Intermunicipal, que integra os municípios de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Oleiros, Penamacor, Proença-a-Nova, Sertã, Vila de Rei e Vila Velha de Ródão, expressa no âmbito da consulta pública do processo de Avaliação de Impacte Ambiental uma posição desfavorável, sustentada em vários pontos.

A CIM reconhece a importância da transição energética e a existência de múltiplos aproveitamentos renováveis já instalados na região, incluindo produção solar, eólica, hídrica e de biomassa. No entanto, defende que esta transição deve decorrer de forma equilibrada, com respeito pelo ordenamento do território, pelo ambiente, pela biodiversidade e pela qualidade de vida das populações.

A entidade destaca ainda que a Beira Baixa possui paisagens naturais únicas, zonas classificadas como áreas protegidas, reservas naturais, geoparque mundial, reserva da biosfera, zonas especiais de conservação e de proteção, além de integrar duas Bio-Regiões (Idanha e Lusitânia). O território inclui também Aldeias Históricas, Aldeias do Xisto e um vasto património cultural material e imaterial.

No que respeita ao projeto em análise, a CIM apresentou várias preocupações, entre elas:

• A artificialização significativa e contínua do solo, somada a outras infraestruturas já instaladas ou previstas, com impacto negativo na paisagem e limitações às atividades agroflorestais, incluindo apicultura e cinegética.

• Os impactos sobre habitats e espécies protegidas, bem como sobre espaços de conservação.

• As consequências para outros usos do território, nomeadamente o turismo e os modos de produção tradicionais e biológicos, que dependem da autenticidade e da qualidade ambiental do território.

A CIM Beira Baixa afirma que a transição energética responsável deve compatibilizar a produção de energia limpa com a preservação da biodiversidade, das paisagens e da identidade dos territórios rurais, fundamentais para o seu futuro.

Face ao conjunto de preocupações identificadas, a Comunidade Intermunicipal associa-se às posições dos municípios de Idanha-a-Nova e de Penamacor e pronuncia-se desfavoravelmente à concretização do projeto da CSF Sophia.

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