Bodo do Espírito Santo vai ser retomado pelo segundo ano consecutivo em Peraboa
Por Jornal Fórum
Publicado em 16/07/2025 10:08
Região

A Associação Cultural e Recreativa de Peraboa e a Paróquia de Peraboa irão celebrar no próximo dia 1 e 2 de agosto a Festa do Divino Espírito Santo de Peraboa. É uma festa antiga, e que no passado marcava o calendário dos emigrantes. Os festejos foram recuperados pela associação que tem como objetivo valorizar todas as tradições ligadas ao culto do Espírito Santo: "Em Peraboa temos algo incomum, que mostra bem a importância do culto na vida dos peraboenses.

A aldeia de Peraboa tem uma rua, um largo, uma oliveira, um cruzeiro, uma capela, um lar, uma imagem, uma confraria, que mostra bem a admiração que as pessoas têm pelo culto, e bem perto da nossa terra, o Rio Zêzere, apelidado por Jaime Cortesão o Rio do Espírito Santo.

A construção da Capela talvez seja dos finais do Séc. XVI ou XVII(?), tendo sido aproveitado um afloramento em granito, e à sua frente existia uma eira. Não poderei deixar de falar da localização da Capela, que fica junto à principal via romana, a principal porta de entrada da freguesia no passado. Ela, a Capela, "olha" para o caminho romano, anunciando e protegendo quem passa, quem sai e quem entra, o Caminho do Espírito Santo.

Foi também local de abrigo para os peregrinos de Santiago. Outros símbolos, como a questão da eira, onde os homens "malhavam" os cereais, isto é o centeio e o trigo era o alimento principal do nosso povo. Esse pão, a farinha vai fazer parte do Bodo do Espírito Santo, que vai ser devolvido à comunidade, quatrocentos anos depois.

A Rainha Santa institui um dia festivo para "matar a fome aos mais carenciados." Este ano vamos reproduzir mais uma vez o Bodo, com a oferta de filhoses e papas de milho. As dezenas de cestas irão na procissão e serão benzidas para que o pão nunca falte nas nossas casas, esse alimento espiritual. Provocamos um grupo de peraboenses e adquiriu-se a Coroa do Espírito Santo, que estará presente na procissão. É o símbolo maior. A grande novidade será mais uma vez o cortejo com os alimentos," explicou-nos Pedro Silveira. 

A Confraria do Espírito já era mencionada no Séc.XVIII, que aparece registada ao inquérito que foi levado enviado a todos aos párocos do país, aquando o Terramoto de Lisboa de 1755 para se saber os reais prejuízos do terramoto. O Pároco de Peroboa  respondeu ao inquérito e registou a Confraria. 

"Vamos fazer perto de 50 litros de leite transformadas papas de milho e alguns quilos de farinha e ovos em filhoses para toda a comunidade. A Associação tem sabido receber e responder aos desafios, o que é uma mais valia para a divulgação do seus patrimónios", referiu Pedro Silveira.

 

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