Grande Entrevista: Carlos Martins | “A Covilhã não pode perder mais tempo”
O candidato do Movimento Independente «Pelas Pessoas», Carlos Martins, traçou as suas prioridades para a cidade e o concelho da Covilhã nas várias áreas
Por Jornal Fórum
Publicado em 08/10/2025 08:20
Entrevista

Quais os principais objetivos da sua candidatura à Câmara da Covilhã? 

São muitos os objetivos. A verdade é que a Câmara da Covilhã durante 12 anos nada fez. O atual presidente da Câmara, não sei tem vindo ou não à Covilhã, certamente passa mais tempo em Belmonte. Neste momento a Câmara está à deriva. Temos a felicidade de termos bons técnicos e bons funcionários do município, porque senão seria muito mais difícil. Eu por várias vezes disse ao senhor presidente da Câmara que o tempo estava a passar e ele estava incumbido de contratar uma empresa especializada para a elaboração do Plano de Desenvolvimento Urbano. Faltavam 10 dias para terminar o prazo quando eu mais uma vez o questionei e quando ele mais uma vez pediu ao bombeiro de serviço, porque eu tive algum poder na Câmara Municipal da Covilhã, era bombeiro de serviço e liguei para um gabinete especializado em Lisboa, do professor Augusto Mateus, onde também outros amigos trabalhavam nesta empresa, pedi por favor que fizessem o Plano da Covilhã. Começaram por dizer que era muito difícil porque estavam a trabalhar em muitos outros planos de muitos concelhos do país. Lá consegui. Lá fomos a Lisboa a reunir e fui acompanhado com algumas pessoas, menos com o presidente da Câmara. Se não fosse o Carlos Martins, não tínhamos teatro, esta é a realidade e não tínhamos estas obras Vejam bem a irresponsabilidade, a negligência, a inércia, a preguiça não apenas do presidente da Câmara, mas também do chefe gabinete. É agora candidato à Câmara, o senhor Hélio Fazendeiro. Estas obras não estavam feitas se não fosse o Carlos Martins a tomar a iniciativa a 10 dias de determinar o prazo para a elaboração do projeto e para o financiamento das obras que se vieram a concretizar.  

 

Defendia um debate público único? 

Sim um debate público. Sabe uma coisa, ainda não recebi a resposta de ninguém e depois tentaram denegrir a minha imagem. Não fui ao debate da plataforma «Conta Lá» porque não fui convidado e na Beira Baixa TV expliquei os motivos a esse órgão de comunicação social. 

 

Agir, ouvir, mudar. Porquê? 

Sim, agir, temos de agir. E nós na nossa campanha não andamos a prometer nada. Porque nós respeitamos os resultados do próximo dia 12. Após o dia 12, há muito a fazer e, portanto, agir, ouvir e fazer. Mas é para fazer. O que se pode fazer hoje não faz amanhã, não há tempo a perder. 

 

Vamos então tema a tema. A mobilidade. O que é preciso fazer se for eleito o presidente da Câmara? Que propostas tem para a mobilidade na cidade da Covilhã e no concelho? 

Você até devia falar no nome da pessoa que é responsável deste desastre, deste contrato da mobilidade que tem um nome, tem rosto que é Hélio Fazendeiro. 

 

Se for eleito vai rever o contrato? 

Se for eleito, irei solicitar uma reunião de imediato com a empresa para nos sentarmos e para vermos a forma como vamos fazer para rever o contrato, porque não concordo, não concordamos, com muito daquilo que lá está escrito. Primeiro vamos dialogar, não se pode ir logo para litígio logo de imediato, porque é preciso conversar um pouco antes, porque isto tem custos. Agora, prioridade na mobilidade: as pessoas, sempre pelas pessoas, a rede de transportes é um desastre. Os autocarros estão degradados. Há calor, muito calor, no verão e muito frio no inverno. Não há refrigeração dos autocarros.  

Nós defendemos um passe, alguns falam em valores de 30 €, é assim: se o passe puder ser só 20 €, não serão os 30 €. Portanto, vamos fazer contas. Se um dia puder ser gratuito, é gratuito, porque a Câmara tem de definir as suas prioridades e as prioridades são as pessoas, sempre as pessoas, pelas pessoas. No nosso programa temos uma novidade, o táxi amigo. Vai servir para quê? Para as urgências e para quando as pessoas tiverem de se deslocar à sede do concelho. 

 

Vamos então abordar a questão da água, que já abordou, o litígio com a Águas da Serra. Se for eleito presidente da Câmara no próximo dia 12 de outubro, como vai fazer com esse dossiê? 

Como sabem, eu não escondo passado, porque enquanto tive pelouros, eu trabalhava e trabalhava de manhã à noite ao contrário de outros. Eu sei, algumas pessoas interessam-se muito pelo litígio. Por acaso, o atual presidente da Câmara até é advogado. Há pessoas que só lhes interessa o litígio. Ele vai ter conhecimento do que eu estou a dizer, porque eu não tenho medo dos clubes cinzentos. E, portanto, eu iria sempre falar porque eu sou um democrata, porque eu sou um defensor da liberdade e portanto, sou um homem livre. Há muito que não concordava com a política do PS nacional e muito menos local. Não vamos parar o resgate, não. O resgate é para se fazer, mas é para se fazer com cabeça, tronco e membros. 

 

Na sua opinião, que grandes obras precisa o concelho da Covilhã? 

De imediato há três ou quatro situações que têm de ser resolvidas o mais brevemente possível. No primeiro mês, obviamente haverá algumas decisões. Se nós formos eleitos, as primeiras reuniões serão com os vereadores eleitos, os senhores presidentes de junta, todos eleitos, e com os funcionários da autarquia. E depois queremos também reunir com dois parceiros fundamentais, refiro-me concretamente à Universidade da Beira Interior e à Unidade Local de Saúde. Vai haver auditorias em todos os departamentos, seja de obras, do pessoal, do urbanismo, da fiscalização, vai haver auditorias, porque não se pode pegar numa borracha e apagar, não. Quem não cumprir com a lei tem de pagar, seja quem for. 

 

No seu comício de apresentação de todos os candidatos falou no lar social, falou na piscina e falou também na questão do pavilhão desportivo. São obras que pretende implementar? 

Com certeza. Neste momento estão a fazer obras na piscina coberta dos Penedos Altos. As verbas que já foram gastas naquela infraestrutura. Dava já para fazer, não direi uma nova piscina, mas parte do orçamento de uma nova piscina. E às vezes é preciso ter coragem de voltar também ao passado. Mas obviamente a cidade precisa de um complexo de piscinas.  

Sobre o lar social, eu respeito muito os voluntários que estão nos órgãos sociais das IPSS do concelho da Covilhã, mas nós temos uma falta clara. E, portanto, nós temos de estar todos unidos. Isto não é substituir as IPSS, isto é mais um elemento, é mais uma estrutura para colmatar a falta que há, nomeadamente no lar. 

 

Falou nessas três obras, há financiamento para as mesmas, fundos comunitários, por exemplo? 

Sim. Ainda não ganhamos as eleições, mas nós temos nas nossas listas pessoas em várias áreas, e pessoas especialistas nas áreas dos quadros comunitários. Há, e por isso é que logo que nós assumamos as nossas funções, formos eleitos, iremos trabalhar nestas duas vertentes. Mas é bom não esquecer a área da educação. Uma cidade só terá futuro se tiver boas infraestruturas educativas.  

Eu ia às reuniões de Câmara, eu pedia reuniões às secretárias para que ele me pudesse receber. Ninguém me recebeu. Houve uma vez uma reunião com o senhor presidente da Câmara já há alguns anos e uma o senhor o vereador das freguesias. Depois nunca mais. Nunca mais. Sabem porquê? Porque são invejosos. São invejosos do Carlos Martins. Vejam bem. E as pessoas que vão ler sabem perfeitamente quem “deu o pão a alguns”. 

Deixe-me contar um pouco da história do Colégio das Freiras. A comissão de pais do Colégio das Freiras recebeu uma notícia no dia 10 de janeiro. Eu sei as datas, no dia 10 de janeiro, uma sexta-feira no final da tarde tiveram uma informação de que colégio das freiras fecharia a 31 de agosto. No dia seguinte, dia 11 um sábado, eu reuni os pais e a partir desde desta data eu tenho estado com eles. Eu próprio através de pessoas amigas, pessoas sensíveis que não olham às cores partidárias foi possível marcar uma reunião na Secretaria de Estado da Segurança Social onde eu estive a acompanhar os pais. E na Câmara Municipal quando os pais, aflitos, posso utilizar esta palavra, aflitos, é uma palavra popular, do povo, porque eu sou do povo, porque alguns dizem que não sei falar, as pessoas entendem-me bem. As pessoas entendem-me bem.  A questão da bolinha de neve era a única solução e não houve vontade. Eles têm preguiça, sabe? Eles têm preguiça. Depois as pessoas ficam doentes ou depois não sabem pensar, pensam mal, não fazem nada. E, portanto o Colégio das Freiras, se houvesse vontade, neste momento já estava a funcionar. Agora quero dizer o seguinte: connosco, no próximo ano letivo, certamente a bolinha de neve irá funcionar, irá estar aberta, não apenas para as crianças do colégio das freiras, mas também para outras crianças que não têm vagas.  

 

Mas retomará o projeto das duas creches nos dois parques industriais? 

Quem mandou fazer o projeto não fui eu, foi o atual presidente da Câmara e depois meteu-os na gaveta. Sempre que haja necessidade de fazer, seja for para as crianças, nós estaremos na linha da frente. 

 

Passamos então para a saúde. Já falou várias vezes na Unidade de Saúde familiar, na localização da mesma. Faço-lhe a mesma pergunta de há pouco. Como encara esse projeto e o que poderá ser feito? 

A União de Saúde Familiar foi criada em 2020. Eu tive a possibilidade de ir ao centro de saúde e eu falo no centro de saúde para as pessoas compreenderem melhor o que está em causa e conversar com o responsável e teve a amabilidade de mostrar as instalações: degradação completa. Propusemos à Câmara para fazermos uma visita pela cidade para vermos terrenos para que se pudesse ser construída uma unidade local de saúde vanguardista apenas de um piso e para dar condições aos seus profissionais, aos médicos, aos enfermeiros, aos técnicos, aos administrativos, aos auxiliares, mas fundamentalmente aos utentes.  

 

Uma das suas propostas que está contemplada no seu programa eleitoral é a criação da polícia municipal. É para o primeiro mandato, se for eleito, e porquê? 

Olhe, eu tenho respeito e na minha opinião, temos a uma boa PSP na Covilhã, temos uma polícia que tem feito o ser melhor na cidade da mas é preciso reforçar. É preciso reforçar porque infelizmente o Estado Central nem sempre envia as pessoas ou digamos os polícias que faltam nas esquadras. Há uma falta de polícias na esquadra. E, portanto, essa polícia municipal não vem substituir a PSP, pelo contrário, vem apenas acrescentar uma maior segurança de proximidade das pessoas.  

 

Falou no centro histórico. Que projeto tem para o centro histórico da cidade da Covilhã? 

No centro histórico, o melhor que nós temos no centro histórico foi nos últimos anos uma jovem Covilhanense ter lançado um projeto que é o “Woole portanto veio embelezar o nosso centro histórico. É preciso uma política de habitação séria para todos.  

As rendas controladas são uma oportunidade. Nós perdemos a oportunidade do PRR, das rendas controladas, neste momento a Câmara Municipal podia estar a construir centenas de habitações dignas. Eu queria falar relativamente aos incêndios. A Câmara vai finalmente construir três grandes reservatórios. Não, nós temos de prevenir. Eu fui a algumas freguesias que foram vítimas desta tragédia. Houve pessoas da Câmara, nomeadamente o senhor chefe de gabinete, Hélio Fazendeiro, que vestiu o colete da Proteção Civil. Isso não é digno dessa pessoa. Ele é um jovem, isso não é digno. O rapaz não anda bem.  Ninguém o viu pegar numa mangueira, mas muitas fotografias houve. Nós não concordamos que o comandante dos bombeiros seja o comandante da proteção civil municipal. 

 

 

E a Barragem? 

Não é só barragem. E o aeródromo? Nós temos de pensar nas infraestruturas que deixamos ter por culpa de alguns e outras que não temos por incúria, irresponsabilidade. Isto tem de ser dito: havia financiamento para a barragem. 

 

E agora? 

Se nós ganharmos? Vai haver o projeto e vamos a todo lado para que haja financiamento para essa obra. Se for preciso esperar pelos decisores, eu até conheço bem a residência oficial do primeiro-ministro, se for preciso esperar ali duas ou três horas para que a gente possa ser ouvida, porque nós merecemos e temos direito à barragem.  

 

Se for eleito, qual será a sua relação com as freguesias do concelho e os seus presidentes?  

A minha relação será uma relação de presidente da câmara, mas não esquecendo a minha função de presidente da junta durante muitos e muitos anos. 

 

E em relação às delegações de competências? 

Quando eu for eleito, não é um Movimento Independente “Pelas Pessoas” que está na Câmara. Não quer dizer que este Movimento vai terminar no dia das eleições, mas para mim os 25 presidentes de Junta são aqueles que merecem da minha parte a total ajuda e acompanhamento, sejam de que força política forem. 

 

Será um presidente da Câmara presente e junto das pessoas? 

Não posso estar sempre no município a ver as pessoas a passar ou como alguns entretidos nas suas redes sociais. Lembra-se que o Carlos Martins era o vice-presidente, era o presidente do Parkurbis, era o presidente da ADC, era administrador da ICOVI, eu era tudo. E por um lado até foi bom. Em termos de saúde, tive um problema de saúde, mas ainda bem que foi assim, sabe porquê? Senão muitos dos assuntos ainda não estavam tratados.  

 

Fez, ou mandou fazer uma sondagem, em janeiro, para ver qual era o candidato na área do Partido Socialista mais bem colocado. Sente alguma mágoa de não ter sido o candidato do Partido Socialista à Câmara da Covilhã? 

Antes de responder essa pergunta e respondo com muita vontade e com verdade, nós queremos o aeródromo. Até já vimos dois locais para o aeródromo. Veja bem. Em relação à pergunta que fez, foi em novembro, não foi em janeiro e foi uma sondagem transparente, depositada na ERC. Não foi aceite pelo partido. 

 

Mas admite que é difícil neste momento, havendo já um em Castelo Branco? 

Nada é difícil na vida. Difícil é para é para os fracos. Difícil é para os que não têm coragem. Por isso lutaremos até ao fim pela Barragem e vai ser uma realidade. 

 

Gostávamos que nos respondesse à pergunta: sente alguma mágoa de não ter sido o candidato do Partido Socialista? 

Não, não sinto mágoa nenhuma. Estou muito bem com este Movimento Independente “Pelas Pessoas”. Como sabe, em 2013 eu não aceitei ser candidato. Eu fui enganado, utilizaram-me, mas Deus é grande e acho ficamos por aqui. 

 

Última pergunta, uma mensagem aos covilhanenses. 

A mensagem aos covilhanenses é que a grande maioria dos covilhanenses conhecem, confiam e acreditam no Carlos Martins. O voto é livre. Vocês são livres de votar. Se entenderem que devem votar em mim, agradeço o voto. Serei o presidente de todos os Covilhanenses, não os desiludirei. 

 

DESTAQUE// «Faltavam 10 dias para terminar o prazo quando eu mais uma vez o questionei e quando ele mais uma vez pediu ao bombeiro de serviço, porque eu tive algum poder na Câmara Municipal da Covilhã, era bombeiro de serviço e liguei para um gabinete especializado em Lisboa, do professor Augusto Mateus, onde também outros amigos trabalhavam nesta empresa, pedi por favor que fizessem o Plano da Covilhã» 

 

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