Caminhamos a passos largos para mais umas eleições e mais do que uma escolha local, estas eleições autárquicas, vão refletir acima de tudo, o estado de confiança dos cidadãos nessa política de proximidade e também nessas instituições, que ainda queremos acreditar que são democráticas.
Numa altura em que a abstenção já demonstrou nas últimas eleições ter baixado ligeiramente, o ato de votar tem que ser cada vez mais uma expressão de cidadania ativa, para que se escolha um poder local, que cuide das ruas, das escolas, dos transportes e de uma série de decisões, que tocam o quotidiano de todos nós e é por isso mesmo, que não se deve desvalorizar o poder local.
Estas autárquicas, irão também ser um espelho da sociedade, pois elas irão demonstrar o que somos e para onde queremos ir.
Iremos assistir a disputas acesas entre os principais partidos, promessas ambiciosas, campanhas intensas, um verdadeiro teste de forças onde se jogam também lideranças internas e posicionamentos futuros, no que toca ao xadrez político nacional.
Mas falando das candidaturas independentes, que começam cada vez mais a ganhar terreno e protagonismo, devido à desilusão notória com os partidos tradicionais e que para muitos eleitores, esta está a tornar-se numa boa alternativa e representa sem dúvida, uma renovação política e uma resposta à crescente desconfiança nas elites nacionais, pois eles estão também a munir-se de pessoas, que nunca estiveram na política e por isso mesmo, vêm sem vícios.
No caso concreto da Covilhã e após uma governação socialista, que apresentou aos seus eleitores uma programa excecional, mas que no final se traduziu num marcar passo da região, não se vendo qualquer obra de inovação, qualquer investimento para a criação de emprego, qualquer cuidado de limpeza na própria cidade, com transportes completamente inadequados e com preços caríssimos quer nos transportes, quer nos estacionamentos, com uma falta de infraestruturas no desporto, com um silo no centro da cidade que continua encerrado, com um comércio local pobre, em suma, enquanto muitas cidades evoluem, a Covilhã permanece presa ao passado, a um nome completamente gasto pelo tempo.
Continuamos a ter partidos, que olham para o seu próprio interesse, não se reabilitando com pessoas de valor, reabilitam-se com a imagem das pessoas, que no fundo são os que comem tudo e não fazem nada e aproximam-se sempre nestas alturas, que são os chamados momentos chave, para poderem saltar para o poleiro.
Observamos ainda o aproximar dos partidos a certas pessoas, que até podem fazer bons discursos, mas que o trabalho apresentado é deficitário e muito pobre, mas que de certeza, daqui por uns anos vão ter uma reforma excelente, porque fazem um trabalho deficitário e pago por todos nós e que não é merecedor de todo desses grandes rendimentos, mas que mesmo assim, não o reconhecem e agarram-se de todas as formas ao poder com unhas e dentes, para continuar a prejudicar toda uma cidade, que está completamente parada no tempo.
O que todos realmente verificamos desta governação socialista, é que outros concelhos do interior do país estão a reinventar-se, investindo em mobilidade sustentável, na reabilitação urbana, na atração de jovens talentos etc. enquanto a Covilhã parece mesmo ter ficado à margem dessa boa dinâmica, demonstrando uma falta de estratégia visível e ao mesmo tempo muito preocupante.
A cidade da Covilhã, tem que ter uma sociedade civil mais atenta e mais informada, para exigir mais transparência, para cobrar mais resultados e mais do que vencedores e vencidos, as eleições deixam-nos sempre uma pergunta essencial:
-Estará a democracia local a responder verdadeiramente às necessidades das Populações?
Todos temos que saber responder a esta questão e escolher muito bem, no momento de colocar o nosso voto na urna, para saber com clareza, em que mãos vamos colocar o destino da nossa cidade, que parece mesmo ter cristalizado entre promessas adiadas, obras nunca começadas e prometidas e por isso mesmo, teremos que ter esse desejo presente na nossa cabeça, de que queremos uma profunda renovação acompanhada de uma profunda evolução.
Mais que ganhar eleições, o desafio está em voltar a colocar a cidade a andar, porque o Futuro começa Agora.
