O Mundial de Clubes está aí e os clubes sul-americanos estão a safar-se muito bem até agora, sobretudo os clubes brasileiros que, até à data em que esta crónica foi escrita, estão invictos e até dominaram alguns jogos frente a clubes europeus, com o Flamengo a vencer o Chelsea por 3-1 e o Fluminense a dominar o Dortmund, isto claro, sem esquecer o jogo do Palmeiras contra o FC Porto que apesar de ter terminado empatado, os brasileiros foram superiores durante o jogo.
Isto tudo tem levantado algumas questões sobre a superioridade do futebol europeu em detrimento dos restantes continentes, sobretudo os adeptos sul-americanos que querem fazer valer a sua ideia de que o futebol por lá ainda é o centro do globo.
Mas... temos que ser honestos e olhar para os factos. Em 2012 foi a última vez que um clube brasileiro tinha vencido um europeu antes deste Mundial de Clubes. E esta competição certamente não tem a mesma importância para os jogadores e clubes europeus como tem para os restantes.
Não que a competição não seja entusiasmante e inovadora mas, os jogadores por cá já estão habituados a jogar com os melhores do mundo semana após semana, sobretudo na Champions. Além de que a competição surgiu no final da temporada europeia e, portanto, os jogadores não fizeram o devido descanso por terem estado em estágio com as suas seleções.
Tudo isto, claro, não justifica tudo e se o futebol europeu é assim tão bom como eu e tantos outros protagonizamos, os clubes deveriam estar confortáveis apesar da fadiga. Eu acredito que isso se demonstrará nas fases a eliminar.
Por fim resta olhar para o futebol praticado. Ver Liga Argentina e Brasileirão não é o mesmo que ver as Top 5 europeias (não vou incluir a Liga Portugal, porque além dos 5 primeiros, a qualidade é comparável), o jogo é mais lento, menos tático, muitos espaços abertos no setor defensivo. Debate-se que tudo isto se deve ao facto de no Brasil, sobretudo, se jogar mais jogos devido aos estaduais mas, eu pergunto-me 70 jogos com estaduais e libertadores ou 50 a jogar Premier League e Champions League.
Concluo esta reflexão afirmando que não, o futebol sul-americano não é superior nem sequer chega perto da qualidade do topo do futebol europeu. Para que se assemelhe é preciso fazer toda uma mudança, cultural, socioeconómica, de mentalidade para que um dia se assemelhe os dois.
