TMC~ com programação do mês de janeiro definida
Por Jornal Fórum
Publicado em 15/12/2025 11:45
Cultura

O Teatro Municipal da Covilhã (TMC~) apresenta no mês de janeiro um conjunto diversificado de espetáculos de diferentes disciplinas artísticas, dando início a um ano de 2026 repleto de novidades, que irão sendo apresentadas nos próximos meses.

No dia 10 de janeiro (sábado), às 21h30, o TMC~ apresenta um concerto de Ano Novo, pela Orquestra Sem Fronteiras (OSF), intitulado “Espírito Mozart!”. Será um concerto inteiramente dedicado à juventude e a Wolfgang Amadeus Mozart, no classicismo e pureza das suas formas: uma Abertura, uma Sinfonia e um Concerto para solista, liderados por Pedro Lopes, um dos mais talentosos jovens violinistas nacionais, cuja dedicação ao compositor de Salzburgo é ímpar. Este concerto será ainda uma oportunidade para escutar uma rara Abertura escrita por Mozart aos 18 anos, assim como a magnífica sinfonia em Lá maior, composta com 17 anos apenas.

A OSF é uma associação cultural sem fins lucrativos, sedeada em Idanha-a-Nova, que se dedica a promover a cultura musical no interior de Portugal, combatendo as desigualdades geográficas e apoiando jovens talentos. Dirigida pelo maestro Martim Sousa Tavares, o seu trabalho envolve a criação de oportunidades para músicos jovens através de concertos, formação profissional remunerada e projetos sociais, com o objetivo de fortalecer o ecossistema cultural e social do país. Desde a sua fundação em 2019, a OSF recebeu o estatuto de utilidade pública cultural e já venceu importantes prémios, como o Prémio Carlos Magno para a Juventude, em 2022.

No dia 17 de janeiro (sábado), às 21h30, sobe ao palco do TMC~ o músico, poeta e escritor Luca Argel. Residente em Portugal há mais de uma década, o cantautor luso-brasileiro tem vindo a mergulhar no universo das sonoridades afro-brasileiras eletrificadas, num espetáculo vibrante que convida o público a dançar e refletir. Ao lado da sua emblemática “banda de guerrilha”, Luca Argel reinventa os caminhos do samba com influências do rock, do funk e de outras cadências tropicais, num concerto repleto de energia e poesia. Na senda do aclamado álbum “Samba de Guerrilha” (2021), Luca revisita os êxitos dos seus últimos álbuns num concerto solar, em que palavras e ritmos se entrelaçam como louvação e feitiço — alimento para o corpo e para a mente. O concerto de Luca Argel, que se apresenta em trio no TMC~, é uma celebração da resistência, das lutas sociais, que transforma palco em festa e reflexão em movimento.

Este espetáculo marca a muito aguardada estreia em concerto na Covilhã de Luca Argel, após o cancelamento do espetáculo previsto para o dia 22 de agosto, no âmbito do “Verão no Centro Histórico”, devido ao violento incêndio que atingiu o concelho nessa altura.

O dia 22 de janeiro (quinta-feira), às 21h30, marca o início de um dos novos eixos da programação do TMC~, o “VERTIGO – Territórios Sonoros Expandidos”, que engloba artistas que trabalham nos limites da música, num ciclo dedicado à experimentação e à escuta contemporânea. A inauguração deste ciclo fica a cargo dos Made Of Bones. Duarte Fonseca (Bateria), João Clemente (Guitarra), José Lencastre (Saxofone) e Nuno Santos Dias (Waldorf Zarenbourg), repensam em quarteto as possibilidades do jazz enquanto música feita de uma miríade de géneros e sem destino definido. Música radicalmente espontânea, em que o jazz, o rock e a música exploratória são referências usadas para dinamitar todos os limites que possam surgir-lhes ao caminho. Neste concerto no foyer do TMC~, José Lencastre junta-se ao grupo para nos trazerem “Jardim Botânico”. Este disco acaba de ser editado pela Profound Whatever, editora e coletivo com raízes na Beira Interior.

A 24 de janeiro (sábado), às 21h30, o TMC~ apresenta o espetáculo “Aguarda Referendo”, pela companhia Camisola Negra.

“Aguarda Referendo” é um concerto participativo dirigido por João Figueira, que convida o público a votar e a decidir o rumo de cada apresentação. Inspirado nos princípios do 25 de Abril de 1974, o espetáculo só ganha sentido com a participação ativa da plateia, explorando dois pilares essenciais da democracia: a discussão pública e o direito de escolha.

Com um formato próximo de um jogo, o espetáculo parte sempre do mesmo ponto de origem, mas abre caminhos e perspetivas diferentes em função das escolhas do público. Cada concerto é único, se o público assim decidir. Ao invés de abordar a política pelas vias tradicionais, “Aguarda Referendo” cria um diálogo vivo com quem assiste, transformando cada concerto num espaço de participação ativa, onde público e intérpretes moldam juntos a experiência. É um jogo coletivo, imprevisível e estimulante — e merece ser jogado.

“Aguarda Referendo” é um dos projetos apoiados pela edição de 2024-25 do programa «Arte pela Democracia», uma iniciativa da Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril em parceria com a Direção-Geral das Artes.

A Camisola Preta é uma companhia artística, multidisciplinar, formada oficialmente em 2023, no Fundão, por João Figueira. Através de diversos artistas, de diferentes áreas, a companhia propõe a criação de espetáculos originais e multidisciplinares. Na base da sua pesquisa e processo de trabalho problematiza-se a forma como a linguagem artística é criada, interpretada e apresentada ao público. Procura-se uma abordagem sem amarras ao palco e a interrogação dos papéis consagrados que cada disciplina artística tradicionalmente apresenta. Parte-se de uma abordagem colaborativa entre as diferentes artes que compõem a obra e tentam-se formar novos signos e interpretações através das dissonâncias entre cada intérprete ou linguagem base. O objetivo é claro: procurar uma linguagem mais abrangente e que penetre com mais eficácia em cada espectador que vivencie os espetáculos.

No dia 25 de janeiro (domingo), às 15h30, o TMC~ acolhe um Concerto Solidário, organizado pelo Rotary Club da Covilhã.

A 31 de janeiro (sábado), às 21h30, apresenta-se em concerto no TMC~ um dos mais carismáticos criadores nacionais: David Fonseca. O músico é indissociável da banda a que deu voz, os Silence 4. Com um primeiro disco em 1998, “Silence Becomes It”, o grupo rapidamente atingiu um nível de sucesso invulgar, com dois discos multi-platinados. Em 2001, efetuaram a sua última digressão, tendo suspendido atividade até 2014, ano em que se reuniram para a realização de quatro espetáculos especiais.

Em 2003, David Fonseca iniciou a sua carreira a solo com “Sing Me Something New” que rapidamente o confirmou como uma figura ímpar da criação musical. Até à data publicou mais de dez álbuns a solo, sendo o disco/filme “Living Room Bohemian Apocalypse” o mais recente. Em registo coletivo, conta com dois projetos de reinvenção da obra de dois icons da cultura pop – de António Variações, com os “Humanos”; de David Bowie, no início de 2017, com “Bowie 70”.

A sua atividade tem-se desenvolvido ainda com uma forte componente performativa nos palcos nacionais e internacionais, sempre surpreendente ao nível plástico. As suas prestações ao vivo são memoráveis para todos quantos a elas assistem, com a mistura de várias componentes multimédia, e as suas canções são desde há muito representativas do que de mais importante tem sido produzido a nível musical – “Someone That Cannot Love”, “Kiss Me, Oh Kiss Me”, “Superstars”, “Oh My Heart”, “U Know Who I Am”, “What Life Is For” ou “Futuro Eu” são apenas alguns dos temas compostos por David Fonseca que habitam o nosso imaginário.

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