O Natal, essa data que comemora o nascimento de Jesus, é um festejo, que acontece há mais de mil e seiscentos anos no dia 25 de Dezembro, e como todos bem sabem, é um período de afeto, em especial no ambiente familiar e como todos bem sabem também, não passa de uma pura pressão social, ou ainda a vontade de transmitir a imagem da família perfeita, onde por diversas vezes, o caos e a crítica estão presentes, mas não se preocupem, porque não existe regra sem exceção.
Mas como todos bem sabem, a expectativa, esse desejo intenso que todos nós criamos no nosso subconsciente, de que o contexto familiar é um lugar de carinho, de cuidado, de proteção de todos os perigos, pois é meus amigos, nem sempre é bem assim, pois existem subtilezas, que vão devastando subtilmente, pessoas com essas tais altas expectativas, que acabam por encontrar esses ofensores, que têm traços narcísicos bem vincados e que sabem seduzir numa primeira análise, mas atuam sem remorso, causando estragos muitas vezes irreparáveis.
Ao que parece, nesta altura em que tudo faz um esforço para parecer bem, para parecer muito amigo do próximo, para parecer uma espécie de joias de pessoas, existe esse manto invisível, que ajuda a encobrir a maldade, ainda que todos os santos domingos, a presença na igreja se faça notar com uma simpatia transbordante, daquilo que no privado, não passa de pura agressão psicológica, mas não se preocupem, porque aqui continua a existir, essa regra sem exceção.
To Be Or Not To Be, essa famosa frase dita por Hamlet, durante o monólogo da primeira cena do terceiro ato, dessa ilustre peça de William Shakespeare, significa ser ou não ser eis a questão e podendo ir mais fundo na explicação, podemos dizer, que esta pergunta tem a ver com a própria existência, sobre o agir e tomar a ação e posicionar-se ou não diante dos acontecimentos, é que por detrás ou ao lado de quem é narcísico, existe sempre quem o apoie e o deixe fazer esse mal sem o travar e é por isso que, Albert Einstein dizia e com razão:
“O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles, que observam e deixam o mal acontecer.”
Não sei se existem estudos suficientes, para se conhecerem as percentagens de Natais felizes e infelizes, mas uma coisa eu sei, a vida não é nada mais nem nada menos, que um suceder de escolhas racionais, onde todos queremos ser diferentes e cada vez mais se verifica um viver e amar o seu eu, onde o egoísmo e a insensibilidade, andam cada vez mais de mãos dadas o que não é de admirar, pois as situações com que nos deparamos dia a dia, obrigam-nos a entrar nesse mundo do individualismo, que por sua vez nos ajuda a proteger de tudo e todos e convenhamos, que no fundo, o ser humano simplesmente gosta de se sentir bem, seja com quem for, mas o mais difícil da vida meus caros leitores, são precisamente as relações humanas.
Dizem alguns que Natal é todos os dias e hoje, que somos mais evoluídos, mais informados, mais viajados, mais conhecedores, deveríamos ser também mais solidários, mais verdadeiros, menos teatristas, mais que meros críticos preconceituosos, que tentam falar só para agradar a algumas assistências de elite, tentando passar pelos pingos da chuva, como pessoas corretas e bondosas, quando no fundo, existe um inequívoco e claro trabalhar de imagem, pensando que assim poderá entrar com mais facilidade, no mundo térreo dos Deuses.
Esteja onde estiver, faça um esforço para ser genuíno, faça um esforço para gostar de verdade, faça um esforço para não atormentar ninguém e para transmitir o que tanto se apregoa nesta altura com sinceridade, leia mais e atormente a sua cabeça com conhecimento, porque este nunca é demais e ajuda-o a compreender e a calçar os sapatos dos outros e lembre-se, tal como dizia o nosso querido José Saramago:
“O difícil não é viver com as pessoas, o difícil é compreendê-las.”
Desejo a todos um excelente Natal e um Melhor Ano Novo.