Eu não quero parecer “do contra”, até porque vencemos a Espanha e só há motivos para celebrar mas, Roberto Martinez não me consegue convencer...
Eu sei que o resultado foi positivo, vencemos, mas ainda me custa perceber as escolhas do técnico para estes dois jogos. Comecemos pela meia-final e não, não vou questionar o facto de Vitinha estar no banco porque a mim parece-me óbvio que se tratou de uma questão de gestão, o jogador vem de uma final da Champions, fez muitos quilómetros em campo e, era melhor ter o devido descanso. Mas claro, João Neves adaptado a lateral/ala ou o que quiserem chamar à tentativa de adaptação do nosso selecionador. Um erro que, se todos percebemos que era isso mesmo, um erro, na meia-final, o treinador optou por repetir o feito na final e não só.
Substitui o João Neves ao intervalo da final como se tivesse algum género de culpa em não conseguir jogar a lateral (não é a sua posição) frente a um dos melhores extremos do mundo, tinha tudo para correr mal e só Roberto não vê isso. Além disso, podia muito bem ter apenas passado para o meio-campo, onde estava Bernardo Silva que, até então estava a fazer uma má exibição, notando-se claramente os nervos.
Ao intervalo, sai também Francisco Conceição para que Bernardo Silva suba no terreno e jogue como extremo direito, o que, novamente, não faz sentido algum. Mas de certo, o “mister” estará mais apto do que eu e saberá o porquê destas escolhas.
E claro, tenho que meter o dedo na ferida e sabendo que opinião está longe de ser unânime porque preferimos viver de gratidão, Cristiano Ronaldo não pode começar ambos os jogos a titular e jogar o tempo de jogo que joga. Há que enfrentar a realidade e Martínez não o faz. O nosso grande herói nacional está velho. Não pressiona, não é criativo, nota-se algum abalo em termos emocionais porque muitas vezes decide mal, é apanhado em fora de jogo porque as pernas pesam e custa estar sempre a voltar para trás da linha de fora de jogo, entre muitas outras coisas.
Não me interpretem mal, Ronaldo ainda tem espaço nesta seleção, mas a partir do banco. Se há coisa que não mudou no CR7 é o faro para golo e a habilidade de aparecer no sítio certo, à hora certa. Portanto, não haveria melhor altura para o nosso capitão jogar, sair do banco, estar fresco fisicamente, e conseguir o golo da vitória quando assim necessário.
Mas para não ser completamente “do contra”, há que admitir alguns pontos positivos, apesar de achar que não compensem os positivos. Apesar de achar que João Neves faria melhor figura por lá, Rúben Neves entrou muito bem na final e Rafael Leão igual. Nélson Semedo faz o que faz sempre, é um porto seguro e entra muito bem mas, lá está, devia ter começado a titular.
Conquistámos a Liga das Nações mas Martínez não me parece o homem certo para levar a seleção a um Europeu ou Mundial, competições de exigência muito maior que a Liga das Nações. Enfim, espero que o tempo me contrarie e que Martínez ainda me faça calar mas agora, após um troféu levantado, eu não estou convencido.
